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O Grupo de Atuação Especializada em Júri do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAEJURI/MPRJ) obteve, na madrugada desta quinta-feira (15/05), a condenação do empresário Jocimar Nascimento Neves pelo homicídio do grafiteiro Yuri Alves Neves e por três tentativas de homicídio contra outros jovens, em julgamento realizado no Tribunal do Júri da Comarca de Macaé. O réu foi sentenciado a 40 anos de prisão.
A sessão contou com a participação da coordenadora do GAEJURI/MPRJ, Simone Sibilio, e da subcoordenadora Roberta Maristela dos Anjos. A sustentação oral em plenário ficou a cargo dos promotores de Justiça Bruno Bezerra e Daniela Peroba. A titular da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Macaé, onde a denúncia tramita, também atuou no Júri.
O crime ocorreu em 8 de agosto de 2012, quando Yuri e outros três jovens realizavam intervenções artísticas em uma casa abandonada no bairro Glória, área nobre da cidade. De acordo com a denúncia, os jovens foram surpreendidos pelo empresário, vizinho do imóvel, que atirou diversas vezes contra as vítimas mesmo elas indo embora do local. Yuri foi atingido pelas costas, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Público de Macaé, mas não resistiu aos ferimentos.
Durante a apresentação das teses, os promotores do GAEJURI/MPRJ demonstraram que as vítimas não tentaram invadir a residência do acusado, tampouco o agrediram ou ofereceram qualquer ameaça. Ficou comprovado que os jovens estavam desarmados e utilizavam apenas latas de spray, e que sequer conheciam o autor dos disparos. Com base nos depoimentos dos sobreviventes e nos laudos técnicos apresentados, o Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese do Ministério Público: o crime foi motivado por razão torpe e cometido mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas. Jocimar teve a prisão decretada logo após o fim do julgamento, a pedido do MPRJ.
“Essa condenação foi essencial para que a comunidade de Macaé, que presenciou o crime há quase treze anos e convivia com o réu em liberdade, tenha a certeza de que, apesar de todo o tempo decorrido em razão dos diversos recursos da defesa, o tempo não pode ser um fator que garanta a impunidade. O acusado, um empresário conhecido na cidade, atacou jovens grafiteiros que apenas faziam sua arte em uma casa abandonada ao lado da residência dele. As vítimas, ontem, receberam a resposta de sete cidadãos daquela cidade: a vida vale muito mais que um muro grafitado”, afirmou a coordenadora do GAEJURI/MPRJ, que também atuou na fase de réplica em plenário.
A condenação reforça o trabalho do GAEJURI/MPRJ, grupo instituído pelo procurador-geral de Justiça, que atua de forma especializada em casos de crimes dolosos contra a vida, com foco na efetividade da Justiça e no amparo às vítimas e seus familiares.
Por MPRJ

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